segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ALBERTO GOMES FONSECA JÚNIOR

Alberto

Idade: 22-09-1956
Nacionalidade: Guiné Bissau/Portugal
Internacionalizações: 9
Posição: Defesa Esquerdo
Épocas: 4
Jogos: 120
Golos Marcados: 1
Titúlos: 1CN; 1TP


Carreira desportiva

1987/1988 -?
1986/1987 - Belenenses
1985/1986 - Sem Clube
1984/1985 - Sem Clube
1983/1984 - Sem Clube
1982/1983 - Boavista
1981/1982 - Sem Clube
1980/1981 - SL Benfica
1979/1980 - SL Benfica
1978/1979 - SL Benfica
1977/1978 - SL Benfica
1976/1977 - SL Benfica
1975/1976 - SL Benfica (Formação)
1974/1975 - SL Benfica - (Formação)
1973/1974 - SL Benfica - (Formação)

O que faltava saber:

Quando o ex-júnior Alberto começou a ser utilizado pelo inglês John Mortimore, os benfiquistas ficaram apoderados de um sentimento dubitativo. Com 19 anos acabados de fazer, o defesa lateral, de origem guineense, aparecia no território de Artur, Bastos Lopes, Barros e Pietra, todos internacionais e personagens respeitados no tabuleiro da Luz. Coração e pulmão garantiram-lhe um lugar ao sol, cedo se transformando num dos ai-jesus da catedral vermelha.
Naquela segunda metade de 1977, confinou-se a um jogo da Taça de Portugal, em casa, ante o Riopele (3-0), compondo a retaguarda ao lado de Artur, Alhinho e Barros. Já no inicio do novo ano, numa tarde pardacenta de Inverno, estreou-se nas Antas, com a vitória (1-0), sobre o FC Porto, valendo o golo solitário de Chalana, no primeiro jogo para o campeonato. Em crescendo de produção, titularidade garantida, dele ficou importante préstimo na revalidação do titulo nacional (77/78).
Alberto era um puro sangue, uma força da natureza. “Pode jogar, mantendo os mesmos padrões exibicionais, dia sim, dia não; ou até dia sim, dia sim”, garantiu, por essa altura, o então seleccionador nacional, Mário Wilson, no alto da sua cátedra. Impetuoso, sólido a defender, perspicaz a atacar, o jovem africano fazia as delicias dos mais exigentes adeptos e provocava a ira nos mais sectários apoiantes de outros símbolos.
Cedo chegou à equipa nacional. Na trajectória, entretanto frustrada, para o Europeu de 80, marcou mesmo dois golos consecutivos. Na Áustria e em Lisboa, frente à Escócia. Atingiu 9 internacionalizações, numa altura em que se afirmava como melhor lateral-esquerdo da bola indígena. Ainda no Benfica, esteve na espantosa série de 56 jogos sem perder para o campeonato, registo apenas superado pelo Celtic (62), Saint-Gilloise  (60) e Milan (58), na mais que secular história do futebol europeu. Duro, reagiu com sorrisos desportivos a sucessivas catilinárias, sobretudo depois de ter partido uma perna ao já sportinguista Rui Jordão, num lance marcado pelo infortúnio.
De resto, vitima maior ele seria. A 7 de Junho de 1980, abandonou a final do Jamor, que o Benfica arrebataria ao FC Porto, com golo do brasileiro César. Perónio partido ao décimo minuto de jogo, na discussão de um lance com Frasco, cedeu o lugar a Frederico. Pior, muito pior, mergulhou num suplicio. Durante anos, já sem vinculo ao clube, tentou desesperadamente voltar à normalidade. Jogaria ainda no Belenenses, mas longe do fulgor que o havia caracterizado.
Atleta cool no consulado britânico de Mortimore, mais tarde no de Mário Wilson, para trás ficavam 4 temporadas, 123 jogos, um triunfo no Campeonato e outro na Taça de Portugal. Com 24 anos apenas, o Benfica perdeu, de forma imprevista, aquele que se arriscava a ser o melhor dos laterais-esquerdos, pelo menos até ao jubileu do Centenário.

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